sábado, 30 de janeiro de 2010

O Ladrão de Raios


Rick Riordan
(Intrínseca - 387 páginas)


Imagine um menino que descobre que tem poderes especiais e vai parar num "acampamento" próprio para crianças como ele. Imagine que ele tenha um amigo atrapalhado e uma amiga metida a sabichona e que, juntos, vão enfrentar monstros e desafiar seres superiores. Ah, claro que ele vai ter a ajuda de uma varinha, ops, canetinha mágica e a orientação de um diretor bondoso.

Não, não estou falando de Harry Potter, mas de Percy Jackson, o garoto meio-sangue, filho de um deus grego e de uma mortal. A analogia com a trama do bruxinho é inevitável , querendo ou não...
O autor cria uma trama em que os deuses gregos não apenas existiram mas...ainda estão vivos e atuantes na nossa era. Além disso, continuam a procriar com mortais e brigam uns com os outros. Nesse universo, não poderiam faltar, claro, os demais personagens míticos, como o minotauro, a medusa, os sátiros, os centauros, entre outros.
A trama do livro gira em torno do sumiço do raio-mestre de Zeus e a missão de Percy em recuperá-lo. Para isso, ele parte rumo ao Mundo Inferior, atrás de Hades, e passa por muitos apuros com seus amigos inseparáveis ( Annabeth, a sabichona e Grover, o sátiro atrapalhado).
É um livro gostoso de ler, mas ele não tem a riqueza de detalhes das obras de J K Rowling, sem falar que os dilemas são resolvidos rapidamente e o desenrolar da história se torna, de certa forma, previsível.
De qualque forma, dá para se divertir, enquanto o filme não estreia nas telonas.

Boa leitura!


sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Uma Vida Inventada

Maitê Proença
Ed Agir - 214 páginas

“Tem um congestionamento aqui dentro de mim. São muitas pessoas querendo falar, se exibir, se expressar...”

Assim começa a biografia da atriz Maitê Proença, já com uma dica do que viria adiante: suas várias partes e fases queriam falar, precisavam falar...


Comecei a ler, então, meio que com pé atrás, afinal, o que uma artista da Globo teria a dizer? Mas, aos poucos, vi que a história dela até que era bem interessante e a forma de narrativa também. Maitê intercala capítulos na 1ª pessoa, quando se refere à sua juventude e vida adulta (com letras pretas) e capítulos na 3ª pessoa (com letras marrons) quando se refere à sua infância. Aqui ela é “a menina”.


Essa menina teve de ser forte pois seu pai matou sua mãe quando tinha apenas 12 anos de idade. A partir daí, sua vida sofreu um rebuliço: ela foi morar num pensionato para filhos de missionários americanos, viveu em Campinas, Ubatuba, Paris e, um dia, ganhou o mundo e visitou cerca de 60 países. Viajou para fora ainda adolescente, com o namoradinho, estudou em Paris (Sorbonne) e, por isso, nos conta muitas histórias dessas viagens.


Prá quem pensa que há muita fofoca de bastidor de novela, se engana. Claro, ela fala algumas coisas e cita alguns (poucos) nomes, mas não se perde nisso. Fala, por exemplo, como ingressou na Globo, o que achou de sua primeira novela (As Três Marias) e como foi chamada para fazer Dona Beija na Manchete (seu maior sucesso).


Além disso, ela fala de seus romances (“não existe sentimento mais forte que uma imensa paixão. A gente sofre, cega, emburrece, se adoenta, sara. E depois, como se nada houvera, se apaixona de novo...”), sua única filha e sua busca religiosa. Até santo-daime essa criatura experimentou! Sem falar que já foi católica na Croácia, batista no Harlem e adepta do Centro Espiritual do Osho na Índia. Curioso é quando ela diz, já no final, estar sempre seguindo “ no caminho”. Mas, qual caminho?


Desejo, do fundo do coração, que ela encontre O caminho (João 14:6). E logo. E seja, finalmente, livre, leve, solta e , definitivamente, feliz.

Boa leitura!

sábado, 23 de janeiro de 2010

Persuasão


Jane Austen
Ed Landmark – Edição Bi
língue - 205 páginas


Se você quer ler um bom romance inglês, do início do século XIX, encontrou!


A famosa autora de “Orgulho e Preconceito” e “Razão e Sensibilidade”, criou uma linda história de amor entre Anne Elliot (meiga, educada, amável e de família tradicional) e Frederick Wentworth (educado, cortês, pobre e sem perspectiva de ascenção imediata).

O resultado já dá para prever: a família dela se opõe ao romance e a persuade a renunciá-lo, o que é feito com muita dor para os dois lados.


A família de Anne é composta pelo pai, sr Walter, baronete decadente que precisa alugar sua bela propriedade em Kellynch para sobreviver; Elizabeth, a irmã mais velha e voluntariosa; e Mary, irmã caçula, que é casada e se mostra insegura e instável com tudo e todos. Por fim, podemos adicionar também Lady Russel, uma quase “segunda mãe”, já que se afeiçoou a ela quando a mãe de Anne morreu, na pré adolescência das meninas.


Mais de 7 anos se passam até que o destino os coloca frente a frente de novo. Anne está com 28 anos, hospedada na casa de Mary para ajudá-la em uma de suas crises de insegurança, enquanto o pai e Elizabeth vão para o balneário de Bath procurar uma casa para ficar e providenciar a mudança. A propriedade de Kellynch foi alugada para os Croft e o irmão da Sra Croft é ninguém mais que Frederick, agora em situação financeira bem melhor. Ele reaparece e começa a cortejar Louisa Musgrove, cunhadade sua irmã. Por outro lado, um primo de Anne começa se interessar por ela, que fica inclinada a corresponder.


Porém, algo de inesperado acontece e a chama do amor entre os dois é reavivada e posta à prova: o amor iria resistir àquele intervalo tão grande? Haveria resquícios de dor e mágoas?


É para ler e suspirar em cada página...

Boa leitura!

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Exegese e outras histórias

Eloísa Falcomer
All Print Editora – 87 páginas

Imagine minha alegria quando recebi um e-mail de uma prima querida, dizendo que havia escrito um livro! Definitivamente, o amor aos livros é algo genético...

O livro reúne 25 contos que falam sobre a infância da minha prima e familiares, além de contar com a contribuição de amigos, e é impossível não identificar alguma situação / sentimento semelhantes em nossa própria história.

Na primeira história, ao contar como surgiu o nome Exegese para sua 1ª boneca, lembrei que tinha colocado um nome esquisito na minha também: Maridinha (não me pergunte de onde tirei isso!). Em “ A História de Pedrina”, outra boneca merece destaque depois de ter sido salva do lixo...
Em “ O Buraco”, ela conta do “lugar mágico”, um terreno cheio de erosão, em que brincava com seu irmão (ah, eu também via o quintal do sítio do meu pai como um lugar assim, mágico e cheio de possibilidades para explorar...).
Em “Dias Chuvosos”, a magia estava em se montar cabanas dentro de casa (quem nunca fez isso?)...

Ao ler "Um Patriota" e " Brincadeiras protestantes", bateu uma saudade dos meus tios Arnaldo e Cotinha...ah, como eu gostava de ir na casa deles, especialmente no Natal...
Enfim, cada conto, cada história nos remete a um tempo tão bom, tão feliz, que nos faz sorrir e chorar secretamente...que nem criança!


Boa leitura!

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

A Rainha do Castelo de Ar – Série Millennium – Vol 3

Stieg Larsson
(Cia das Letras - 685 páginas)

No último livro dessa trilogia eletrizante, Lisbeth Salander se recupera no hospital de Göteborg, enquanto seus aliados partem para investigações paralelas, a fim de provar sua inocência na tentativa de homicídio de Zalachenko.

Ela conta com a ajuda de Mikael Bomkvist (jornalista da Millenium); Dragan Armanskij (ex-patrão e dono da Milton Security); Holger Palgren (ex-tutor, que se recupera de um derrame), além da equipe (ou parte dela) de Jan Bublanski (inspetor que segue sua linha de investigação, diferente da promotoria).

Do outro lado, temos a “Seção”, organização secreta dentro da Sapo que, na tentativa de abafar as conseqüências do “caso Zalachenko”, comete atrocidades para manter Salander quieta e culpada.

O autor ainda trata de assédio cibernético; espionagem empresarial; abuso contra crianças, mulheres e incapazes, além de alfinetar a mídia e as leis suecas.

O jogo de “gato e rato” da trama policial se estende por todo o livro de uma forma alucinante e termina com chave de ouro no julgamento final.

Senti falta, apenas, do desfecho de algumas situações, como da forma de contribuição que Lisbeth ficou de dar ao dr Anders Jonasson, por exemplo. Além disso, no 2º volume, Lisbeth foi para Granada, esteve envolvida em um “incidente” e ficou por isso mesmo. Não houve mais nenhum comentário a respeito. Pode ser que o autor tivesse a ideia de retomar alguns desses pontos numa obra futura e não houve tempo...
De qualquer forma, esses “lapsos” não atrapalham o resultado final dessa trilogia magnífica!

Para quem virou fã do estilo Stieg, só fica o lamento da morte prematura do autor, que nos deixou com aquele gostinho de “quero mais”.

Boa leitura!
p.s. leia a opinião de M Vargas Llosa sobre a trilogia completa em is.gd/6Lm7o

A Menina que brincava com Fogo – Série Millennium – Vol 2


Stieg Larsson
Cia das Letras - 607 páginas


O 2º livro policial da série Millenium mantém o ritmo alucinante do anterior, com uma nova trama: depois de ajudar Mikael Blomkvist a elucidar o caso do sumiço de Harriet Vanger, Lisbeth Salander se apropriou da fortuna de Wennerström e sumiu pelo mundo, viajando por vários países.

De volta à Suécia, Lisbeth, de uma hora para outra, se vê envolvida como principal suspeita de três homicídios. Uma das vítimas, Dag Svensson, era um jovem jornalista que começara a trabalhar na Millenium e estava prestes a denunciar grandes nomes da políticae da polícia, envolvidos no mercado do sexo e prostituição.

O destino, então, coloca Lisbeth e Mikael juntos novamente, já que ele acredita na inocência dela e faz de tudo para provar isso. Agora, é ele que tem a chance de salvar a vida dela...

A trama é envolvente e prende a leitura do começo ao fim, deixando uma brecha no final para atiçar a curiosidade da leitura da terceira e última parte da trilogia.



Boa leitura!

Os Homens que não Amavam as Mulheres – Série Millennium – Vol 1


Stieg Larsson
Cia das Letras – 522 págs

Esse é um livro de ficção policial que te prende do começo ao fim. Portanto, dada a “advertência”, segue o resumo da trama...

O jornalista Mikael Blomkvist, editor e sócio da revista Millennium, é condenado à 3 meses de prisão por difamar o magnata Hans-Erik Wennerström (como o autor é sueco, os nomes das pessoas e dos locais são meio complicadinhos para nós, ocidentais...). Ao mesmo tempo do julgamento, Mikael é procurado pelo octogenário e grande industrial Henrik Vanger, para escrever a biografia da sua conturbada família e tentar descobrir o sumiço da sua sobrinha adolescente (Harriet Vanger) há 37 anos, ocorrido na ilha de Hedeby (propriedade quase que exclusiva da família Vanger).Henrik tem certeza que Harriet foi assassinada por alguém do clã, já que naquele dia, a família se reunia em sua casa e, como houve um acidente na única ponte que liga a ilha ao continente, ninguém mais poderia ter entrado/saído de lá nas horas cruciais do sumiço da garota.Para ajudá-lo nas investigações, Lisbeth Salander, uma jovem problemática de aspecto punk e anoxérica, é contratada. Com sua habilidade excepcional de “hacker”, logo se mostra uma figura indispensável na solução desse misterioso quebra-cabeças.

A partir daí, o autor desenvolve uma trama que põe o dedo na ferida de vários aspectos da vida moderna: crises econômicas; responsabilidade do jornalista nas matérias divulgadas; invasão da privacidade pela internet; ódio pelas minorias; etc. No fim, deixa várias questões sobre os conceitos de moral e ética profissional: Vale tudo quando se é atacado?Apesar de alguns trechos fortes e macabros, a leitura é indispensável!

Uma curiosidade: o autor, sueco, morreu em 2004 aos 50 anos, devido a uma ataque cardíaco, após entregar a trilogia Millennium aos seus editores. Não viu o sucesso que seus livros fizeram (e estão fazendo!) ao redor do mundo, a começar em seu país, onde 1 a cada 4 suecos leram, pelo menos, 1 de suas obras
.

Sem Nunca Jogar a Toalha


George Foreman e Ken Abraham
Ed Thomas Nelson Brasil - 277 páginas


Tudo o que eu sabia sobre George Foreman era que ele foi um grande boxeador e que tem um grill que leva seu nome. Só isso.

Mas, ao ler sua biografia, pude conhecer quão surpreendente é a sua história!

Nascido num lar pobre nos Estados Unidos, Foreman foi uma criança/adolescente que emanava ódio pelo próximo. Aconselhado por um amigo, vítima de suas pancadas, achou no boxe sua válvula de escape para extravassar toda essa raiva e, ainda, se dar bem na vida.

Ao ganhar o título mundial peso-pesado, aos 25 anos, ganhou também fama e fortuna. Paradoxalmente, não se achava feliz e sentia que faltava algo.

Em 1977, porém, ele teve uma experiência com Deus, que mudou sua vida e suas prioridades. Em suas palavras, nasceu um novo homem e, com ele, uma vontade de dedicar sua vida para a obra de Deus.

Longe de ser um livro de bla bla blá espiritual, Foreman mostra como se tornou uma nova criatura, como lidou com seus antigos inimigos e como surgiu o desejo de criar uma fundação para jovens carentes.

Ao voltar aos rigues, depois de 20 anos, ele ainda conseguiu o impossível: um novo título de campeão peso-pesado, aos 45 anos. A diferença, além da idade, foi a postura diante de seus adversários, uma vez que não era mais conduzido pelo ódio.



É impossível não se comover com essa história de luta, raiva, amor, perda e reconciliação desse grande pugilista, que tem 10 filhos e hoje dedica sua vida a Deus e ao próximo.



Boa leitura!

Amanhecer

Stephenie Meyer
(Intrínseca – 576 páginas )


O último livro da Saga Crepúsculo é bem cansativo, especialmente, até a metade, quando ganha um pouco de ação e melhora.

Após o casamento, Bella vai passar sua lua de mel no Brasil, numa ilha do Rio de Janeiro, mas algo acontece e ela precisa voltar para Forks, com urgência. O motivo? É só lendo para saber...

Não há muita coisa nova e o que há é narrado de forma lenta, cansando o leitor.

Novamente, os lobos se aliam aos vampiros em uma grande luta e, "inesperadamente", surgem amizades improváveis...

Sinceramente, esperava mais do final, principalmente porque Eclipse (o terceiro) recuperou o fôlego de Lua Nova e prometia muito. Acho que o erro foi esse: a expectativa era grande e...não foi correspondida.

Mas, para os fãs, vale a pena saber o que a autora reservou para cada personagem...