sábado, 19 de setembro de 2015

Para onde vai o amor?


Fabrício Carpinejar
Editora Bertrand Brasil - 176 páginas

"[Amor] é descobrir que precisamos especialmente daquilo que não somos. Para ampliar o que somos." (página 109)

Carpinejar deve ter 2 corações, só pode. Um para pulsar pela vida, outro para transbordar intensidades. O acompanho nas redes sociais há um bocado de tempo e, somente agora, peguei um livro de crônica - de fossa - pra ler.

Ele fala de relacionamentos: do arrebatamento do começo, das pequenas conquistas diárias, da vida a dois que passa por desgastes e superações e dos términos.

"A intimidade é nossa verdadeira aparência. O que somos convivendo, não o que somos sozinhos." (pág. 97)

Claro que o foco é o relacionamento entre casal, mas os sentimentos podem ser replicados para o amor entre amigos, entre pais e filhos, em qualquer situação. Alegrias e dificuldades estão em qualquer lugar onde um coração bate e o outro corresponde.

"...amor não é justiça, amor não é julgamento, amor não é consciência, amor não é controle (...) Não é se afastar." (pág.62)

"Obrigar o outro é desamor." (pág. 73)

"A dor não cria portas, a dor unicamente levanta paredes." (pág. 136)

"Quanto orgulho custa uma reconciliação!" (pág. 142)

"Não deixo o tempo perdoar em meu lugar (...) Assumo os tropeços e eu mesmo peço desculpa." (pág 150)

"O tempo organiza, mas não define. O tempo esfria, mas não cura. O tempo estanca a hemorragia, mas não cicatriza (...) O tempo acalma, mas não garante o entendimento." (pág. 151)

Em Todo o amor do mundo em mim, ele lista 62 situações que ele ama fazer.
Experimente fazer, mentalmente mesmo, uma pequena lista das coisas que você ama fazer... ouso dizer que a maioria não vai ter nem 10 itens e a maioria das coisas as que visam seu próprio prazer imediato.
"Amo suspirar. O suspiro é o elevador da alma." (pág. 52)

Já em Segurando o amor pelas unhas, não consegui conter a emoção: sabe quando você implica com alguém que ama e, depois que a perde, o que te irritava deixa de ter relevância?
"Saudade é um trabalho da paciência, de longa aceitação das diferenças. Saudade é transformar falhas individuais em virtudes da relação." (pág. 132)

Poderia listar o que mais gostei em cada uma das 58 crônicas, mas deixo para você ler e apreciar.

Boa leitura!

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

O Hobbit

J.R.R.Tolkien (1892-1973)
Martins Fontes - 300 páginas

"Estou procurando alguém para participar de uma aventura que estou organizando, e está muito difícil achar alguém."
(Gandalf para Bilbo Bolseiro - página 4)

Assim começa a saga de Bilbo e de treze anões, liderados por Thorin e o mago Gandalf, em busca do tesouro da Montanha Solitária.

Sabendo que o caminho não seria fácil e que precisavam de um "ladrão" pra empreitada, Gandalf escolheu Bilbo para acompanhá-los.

Pra quem conhece um pouco de Tolkien, sabe que orcs, elfos, homens, anões, hobbits fazem parte desse mundo fantástico e não convivem de forma harmoniosa, logo é de se esperar batalhas, emboscadas, traições, lutas épicas de forma intensa do começo ao fim.

"Não há trilhas seguras nesta parte do mundo." (Gandalf - pág. 136)

Pra quem viu o filme, não vai encontrar uma linha sequer, falando da bela elfa Tauriel (vivida por Evangeline Lilly). Ela entrou pra dar um toque feminino na trama da telona (assim como a rainha Galadriel, que foi "importada" do Senhor dos Anéis para uma aparição rápida).

Os capítulos que contam de como Bilbo se apoderou do anel de Gollum e de como ele enfrentou o grande dragão Smaug são os melhores. Os diálogos, impagáveis.

Diferentemente do filme, o livro não tem enrolação: a viagem dos nossos amigos é cheia de aventuras e, de uma forma que só Tolkien pode fazer, você se vê lá no meio, lutando com eles e se emocionando também.

Vale a pena a leitura!