segunda-feira, 26 de março de 2012

Um coração que nunca desiste

Beverly Linder
Universidade da Família - 158 páginas

"Percebi que 'difícil' não é sinônimo de 'ruim'" (página 26)

Depois ter perdido uma filha de 3 anos com um sério problema muscular, a autora tem mais 2 meninos. Um nasce saudável. O outro com a mesma doença muscular que levou sua irmãzinha. Como encarar a vida? É possível ser feliz e sonhar?

Nesse livro, a autora nos mostra que sim, é possível ser feliz, mesmo em situações adversas, e sonhar quando você deposita sua fé em Jesus e confia nEle.

Em breves capítulos ela narra situações do cotidiano de Brad, seu filho especial, e mostra como não desistir da alegria; de demonstrar amor incondicional; de estabelecer limites; além de não desistir nos momentos mais difíceis.

Por fim, ela dá exemplos em como estimular seus filhos, especialmente o caráter, a saúde física e a perseverança deles.

"Você não tem uma alma, mas é uma alma. O que você tem é um corpo." (C. S. Lewis, citado no livro)

A leitura é fácil, objetiva e traz muitas sugestões valiosas.

Você tem uma alma preciosa pra cuidar? Cuide bem dela!

sexta-feira, 23 de março de 2012

Precisamos falar sobre o Kevin

Lionel Shriver
Intrínseca - 464 páginas

"São tantas as histórias que já estão esboçadas antes de começar." (página 22)

Esse é um livro denso, duro e marcante. Se quiser coisa leve para distrair a mente, nem chegue perto, porque esse machuca.

Eva Khatchadourian é mãe de Kevin - um garoto de quase 16 anos que mata 9 pessoas de seu colégio - e é sob a visão dela que iremos tomar conhecimento de toda a história.

Os detalhes desta fatídica quinta-feira de abril de 1999, assim como de fatos da vida de Kevin ao longo de sua existência, são despejados nas cartas que Eva escreve para Franklin, seu marido. São palavras de dor, escritas num tom confessional, que saem de seu coração, ora aos prantos, ora com raiva.

Onde erraram? Porque ela sempre soube que o menino tinha "algo" diferente, que tinha uma índole má, manipuladora e traiçoeira, a despeito do que pensava Franklin? Por que a outra filha, Célia, não era assim, mas era gentil e amável?

Ao fazer uma retrospectiva da forma como conheceu Franklin, do seu trabalho como executiva de uma empresa de guias de viagens, da decisão de ter um filho, do nascimento de Kevin, da educação dos filhos e dos problemas nesse processo, nós mergulhamos fundo no mundo de Eva.

Somos levados a ver Kevin como alguém que já nasceu mau, desde o berço: não uma maldade infantil comum, mas um jeito cruel de agir com todos com os que o cercavam.


Agora, quase 2 anos após a tragédia, Eva ainda encontra forças para visitar o filho encarcerado numa instituição para menores infratores e continua se surpreendendo com as atitudes dele.

Leitura dolorosa, mas muito boa.

p.s. abaixo, a dedicatória do meu presente.