sábado, 15 de janeiro de 2011

Pequena Abelha

Chris Cleave
Ed Intrínseca - 271 páginas


"Palavras tristes são apenas uma outra forma de beleza. Uma história triste quer dizer: essa contadora de história está viva." (pág 17)


Ganhei essa obra comovente do meu sobrinho e, quando comecei a leitura, não quis mais parar de ler!


Tudo começa num centro de detenção de imigrantes do Reino Unido. Quatro moças estão prestes a ganhar a "liberdade". Cada uma tem sua história de vida, mas a que você vai conhecer é da Pequena Abelha.


"Abelhinha" é uma jovem de 16 anos que, apesar de ter passado por coisas terríveis (que não vou contar para não estragar), tem uma forma peculiar de ver o mundo e de interagir com as pessoas.


Ela aprendeu a falar o "inglês da rainha", desenvolveu mecanismos de defesa, guardou histórias de sua aldeia no coração. Ela é uma refugiada. E o mundo é hostil, mesmo aquele que se diz "civilizado".


"...agora que eu começara minha história, essa história queria ser concluída. Não podemos escolher onde começar e onde parar. Nossas histórias é que são as contadoras de nós." (página 138)


Se eu fosse você, correria agora mesmo prá conhecer a história de Abelhinha, Sarah, Andrew e...do pequeno Batman!


Você vai rir, chorar, se emocionar, refletir...


Boa leitura!

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Ficções

Jorge Luis Borges (1899-1986)
Companhia das Letras - 176 páginas

Li certa vez um poema (Instantes) atribuído a Borges e me encantei: que sensibilidade!
Hoje, discute-se a autoria dele, mas o nome ficou e, por isso, aceitei ler essa coletânea de contos, quando um amigo me ofereceu o empréstimo da obra.

A questão é: me decepcionei um pouco... O livro é cansativo, confuso e só terminei de teimosa!

OK, existem "insights" interessantes, mas não deixam a obra fluída, gostosa de ler.

De um modo geral, ele fala sobre o acaso ("A loteria na Babilônia"),  países e planetas imaginários ("Tlön, Uqbar, orbis tertuis"), a grandiosidade dos livros ("A biblioteca de Babel"), memória ("Funes, o memorioso"), duelos mortais (" O fim" e o "O sul"), o segredo da vida ("A seita da fênix), traição (" A fome da espada").

São temas interessantes, instigantes, e não raro os contos são recheados de fantansia e mistério, mas falta aquela "pegada" para nos prender.

Prá quem quer conhecer um pouco mais desse grande escritor argentino, vale a pena arriscar a acompanhar o pensamento e raciocínio dele.

"Pensar, analisar, inventar não são atos anômalos, são a respiração normal da inteligência." (pág 44)

"...pensar é esquecer diferenças, é generalizar, abstrair..." (pág 108)

Boa leitura!