quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024

Os quatro ventos


Kristin Hannah
Editora Arqueiro - 384 páginas

"Ali, sob o peso da infelicidade, o tempo se arrastava." 
(página 203)

Era 1921 e Elsa Wolcott estava prestes a completar 25 anos, sem nenhuma perspectiva de ter sua própria família e, pra piorar, não se sentia bem em sua própria casa. Os pais a tratavam diferente por ter adquirido febre reumática na adolescência e por não ter os atrativos físicos das 2 irmãs. Casamento era pouco provável, pois tinha passado da idade considerada adequada e já estava com o rótulo de "solteirona" pairando sob sua cabeça.

Então Elsa "fugia" e ia se refugiar nos livros e nas tramas envolventes que lá encontrava. Vivia as vidas que não poderia viver de outra forma.

Um dia, porém, ela conheceu um rapaz mais jovem que ela, de família italiana, e pareceu que sua vida, enfim, teria um novo rumo, um futuro promissor. Rafe Martinelli a levou pra casa e a integrou em um novo lar. Não foi fácil de início (gente, evitar spoiler é duro!), mas logo ela se sentiu acolhida pelos Martinelli e começou, inclusive, a trabalhar na propriedade da família em prol do novo lar.

Treze anos depois, a Grande Depressão chegou com seca e tempestades de areia em todo o Texas, acabando com tudo: plantações, criação de animais, reservas pessoais. Não havia comida, nem emprego e Elsa se viu obrigada a tomar uma decisão difícil para garantir a sobrevivência de quem ela amava.

Com uma trama envolvente, Kristin conduz a história de vida dessa mulher e você sente na pele cada dor, cada angústia, cada perda e, claro, cada pequena vitória.

Senti falta de ter informações finais, mesmo que fossem só para o leitor, de alguns personagens. Era como que, ao sair da vida de Elsa, saía da nossa também. Mas, talvez essa tenha sido a ideia: nos deixar sem saber o que aconteceu, nem como obter pistas, como muitas vezes é na vida real.

Vale a pena a leitura!



sábado, 3 de fevereiro de 2024

Aurora: o despertar da mulher exausta


Marcela Ceribelli
Editora Harper Collins - 288 páginas

"o que você vai fazer por sua felicidade hoje?" 
(página 9)

Criadora do podcast Bom dia, Obvious!, Marcela Ceribelli se viu com um conteúdo riquíssimo acerca do cotidiano feminino e seus dilemas/problemas, e decidiu compilar tudo num livro. O resultado é essa obra deliciosa, engraçada, cheia de pontos para reflexão e incentivos para recomeçar sempre que necessário.

Ela aborda questões como medo, insegurança, ansiedade, exaustão, trabalho, amor, prazer, sucesso, dietas, fracassos, procrastinação, dores diversas.

Quem nunca passou pela síndrome da impostora quando se viu diante de um grande desafio? Se diminuiu quando se comparou com outras pessoas? Ou achou que sua dor e fracasso seriam eternos? 

A autora traz suas histórias e as conta sem pudor ou constrangimento, o que enriquece a narrativa, uma vez que não fica apenas no discurso da teoria das coisas. Eu mesma me vi em várias situações e ri, porque vi que no fundo equilibramos os mesmos pratinhos, só que numa ordem diferente e em tempos diferentes! Além disso, ela fala de estudos, leituras, autores e não fica apenas na base da opinião pessoal.

Quando ela fala de ser uma pessoa "introvertida altamente funcional", achei o máximo porque é isso que sou! Em momentos de ansiedade, uso meu sendo de humor e criatividade como disfarce para desviar a atenção de mim para o outro. Quem vê pode pensar "nossa, como ela é extrovertida!", mas não sou não...

Não vou contar todas as situações que me identifiquei porque criaria um novo livro e beiraria o plágio, mas tenho certeza que esse sentimento é comum a todo mundo que concluir a leitura.

Por fim, o livro não tem a pretensão de ser um roteiro de autoajuda, mas de levar a gente a conhecer como todas nós passamos nossos perrengues e sobrevivemos! Bora sonhar de novo e fazer algo pra nossa felicidade?

Boa leitura!

domingo, 28 de janeiro de 2024

Sociedade do Cansaço


Byung-Chul Han
Editora Vozes - 136 páginas

"O sujeito de desempenho da modernidade tardia não se submete a nenhum trabalho compulsório. Suas máximas não são obediência, lei e cumprimento do dever, mas liberdade e boa vontade. (...) ele ouve a si mesmo. Deve ser um empreendedor de si mesmo. Mas essa liberdade do outro não lhe proporciona emancipação e libertação. A dialética misteriosa da liberdade transforma essa liberdade em novas coações." (página 83)

Você já se perguntou do por quê você se sente exausto, esgotado, sem forças e, muitas vezes, dependendo de terapias e remédios pra conseguir suportar o dia a dia? 

Eu já e não faz muito tempo. Com exceção dos remédios, que evito a todo custo, já me encontrei apenas "existindo", num looping de cansaço, apesar de fazer aquilo que gostava e de não estar passando por nenhum problema sério no momento, como luto, perdas, doença etc. E aí, como explicar?

Nessa obra de 2010, mas cada dia mais atual, o autor explica como a sociedade do século XXI virou uma "sociedade do desempenho", onde não temos a disciplina de antes, dos quartéis, fábricas, etc, mas agora vivemos na era do desempenho e da positividade do poder.

É como se cada um desenhasse o jeito que quer viver, modelar o corpo, a vida, se mostrar nas redes sociais, evidenciar seus talentos (seja no LinkedIn, no Instagram ou qualquer outra rede) e se tornasse escravo de si mesmo.

O excesso de estímulos, informações, impulsos e o incentivo a se tornar alguém "multitarefas" faz com que as pessoas adoeçam e desenvolvam doenças psíquicas como depressão, TDAH, transtorno de personalidade limítrofe ou burnout, por exemplo.

"O excesso de trabalho ou desempenho agudiza-se numa autoexploração. O explorador é ao mesmo tempo o explorado.(...) Os adoecimentos psíquicos da sociedade de desempenho são precisamente as manifestações patológicas dessa liberdade paradoxal." (pág 30)

Achamos que temos liberdade, mas nos prendemos no estilo de vida moderno e, sem querer, nos machucamos até ficarmos esgotados, apesar de sempre termos de nos mostrar fortes, vitoriosos e felizes.

"O sujeito de desempenho esgotado, depressivo está, de certo modo, desgastado consigo mesmo." (pág 91)

O burnout, inclusive, "é uma consequência patológica de uma autoexploração." (pág 97)

Lembro de quando era pequena e as coisas funcionavam "em horário comercial", no escritório/loja e as pessoas conseguiam se desligar do trabalho. Hoje é impossível: se você trabalha, precisa estar disponível em várias redes para falar em reuniões, apresentar projetos, enquanto engole o iFood numa pausa de 15 minutos. Se está desempregada, precisa fazer cursos, se atualizar, manter o networking, cuidar da saúde, se aplicar em 300 sites de emprego, e, claro, sobreviver.

Com a vida online, nem o tempo de mudar de uma sala de escritório pra outra, temos mais. Você sai de um ambiente virtual e entra em outro imediatamente, enquanto acode o filho que chega doente da escola e aciona o pediatra pelo WhatsApp.

O glamour do "tenho uma vida ocupada" está trazendo um preço muito alto e não temos a dimensão do que isso vai se tornar em 10, 20, 30 anos, ainda mais agora com a IA (inteligência artificial) dominando todos os setores da sociedade e economia. 
Quanta gente jovem não é dependente de remédio tarja preta? Um dos mais famosos, inclusive, causa demência a longo prazo e vejo várias pessoas falando que tomam, rindo, até 2, 3 por noite. Como essas pessoas estarão daqui uma década?

A sociedade cobra rendimento, cumprimento de metas, ao mesmo tempo que impõe uma busca constante de felicidade. Por outro lado, vivemos cada vez mais sozinhos, interagindo de forma superficial nas redes sociais, sem de fato interagir em sociedade (que o diga viver apenas de “home office”). O outro desapareceu e nos desgastamos sozinhos e sem apoio. Somos alguém que tem valor - ou não - no mercado e para o mercado.

"A pessoa humana é reduzida ao valor de cliente, ou ao valor de mercado. A intenção que está no fundo desse conceito é que toda a pessoa, toda sua vida é transformada num valor puramente comercial." (pág 127)

Da minha parte, creio que se entendermos onde estamos, o que nos faz bem, a importância de se dar um tempo com aquilo que gostamos, já é um grande passo para não exagerarmos nessa autoimposição de estar sempre na frente, certos e dominando tudo.

O próprio autor não mostra um caminho para rompermos esse ciclo destrutivo, mas reconhece que é necessário "transformar essa casa mercantil novamente numa moradia, numa casa de festas, onde valha mesmo a pena viver." (pág 128)

Boa leitura!

domingo, 26 de novembro de 2023

O que sobra


Príncipe Harry
Ed Objetiva - 512 páginas

"Willy e eu andamos entre as multidões em frente ao Palácio de Kensington, sorrindo, distribuindo apertos de mão. Como se estivéssemos concorrendo ao cargo de premiê. (...) Eu queria chorar (...) mas não conseguia derramar nenhuma gota. Talvez tivesse aprendido bem demais, assimilado muito profundamente, o éthos da família de que chorar não era uma opção - nunca." (página 33)

Ingênuo, engraçado, impulsivo, sonhador, lutador, carente, bom amigo, curioso, militar, apaixonado por causas sociais, romântico. Essas são algumas facetas do príncipe Henry (sim, esse é o nome dele, mas acabou ficando conhecido como Harry) que se destacam no livro, embora haja muitas outras.

O livro me surpreendeu: achei que seria maçante, contando detalhes do dia a dia burocrático da realeza, e me surpreendi com uma narrativa emotiva, sincera, cheia de detalhes e confissões, que vai desde a infância, quando perdeu a mãe (a princesa Diana) em um trágico acidente de carro, até a despedida da sua avó, a rainha mãe, que faleceu em 2022.

A vida do príncipe já daria várias temporadas para The Crown (Netflix): pensa em alguém que acampa no coração da África, se arrisca nos céus do Oriente Médio pilotando um helicóptero Apache, faz caridade, conhece grandes artistas, viaja para o Pólo Sul e Pólo Norte, se droga (mas não com a intensidade que os tablóides sempre destacaram), odeia paparazzis (e com razão!), se casa com uma celebridade norte-americana e vive nas capas de todos os jornais de onde vive? Pensa em alguém que tem tudo, mas não tem algo que o dinheiro e o status não compram? 

"Como é comum acontecer com o medo, o meu entrou em metástase. (...) Passei a temer estar perto de outros seres humanos. Mais do tudo, temia câmeras." (pág.282 - sobre sua vida em 2013)

Sim, ele não tem paz, nunca teve. E aí não é só aquela paz do dia a dia, de não ter que dar satisfação pra ninguém, mas a paz de espírito, que excede todo o entendimento e só Jesus pode dar. Religião, aliás, não é algo apreciado por ele, talvez por causa do exemplo ritualístico e desconectado da realidade que ele via na família.

"... embora não tivesse encontrado um terapeuta de que gostasse, apenas conversar com alguns abrira a minha mente para as possibilidades. (...) Outra coisa que pareceu funcionar foi a meditação. Rezar não fazia meu estilo, a Natureza continuava sendo minha divindade (...) Às vezes também pedia ajuda, embora nunca tivesse certeza sobre para quem estava pedindo. 
De vez em quando sentia a presença de uma resposta.
" (pág 318)

Sinceramente? Pra mim, segundo minha fé, Jesus era essa presença. Ele ouve os corações agoniados, tristes, decepcionados, perdidos.

Seu relacionamento com o pai e o irmão é o que mais me tocou: ele sempre amou - e venerou - esses 2! Porém, ao longo da vida, só recebeu pequenos gestos de afago do pai (que preferia deixar uma carta de elogio no travesseiro dele do que elogiar pessoalmente) e pouca cumplicidade do irmão (que começou a querer deixar claro a distância entre eles por ser o herdeiro principal e ele o "reserva").

Não vou entrar em mais detalhes pra não perder a graça da leitura que, aliás, flui maravilhosamente bem, você nem percebe que leu mais de 500 páginas!

Boa leitura!

domingo, 6 de agosto de 2023

Em busca de mim


Viola Davis
Ed BestSeller - 266 páginas

"Memórias são imortais. São imperecíveis e precisas. Têm o poder de dar alegria e perspectiva em tempos difíceis. Ou podem sufocar. Definir você de uma maneira que tem mais a ver com a percepção limitada das pessoas do que com a verdade." (página 16)

Ganhei esse livro maravilhoso dos meus colegas de trabalho e só digo uma coisa: eles me conhecem bem, porque eu simplesmente amei conhecer um pouco mais desse atriz talentosa e admirável!

Quando a gente vê um ator arrebentar nas telas não faz ideia do perrengue que foi pra chegar ali, agora imagina para uma mulher pobre e negra, que cresceu num lar instável, em meio à violência familiar? Sim, a vida de Viola não foi um mar de rosas e, por isso, ela nos fala como surgiu seu desejo pelos palcos e as lutas que enfrentou para chegar onde chegou, ganhando um Oscar, um Emmy e dois prêmios Tony, além de outras premiações.

"Existe um abandono emocional que vem com a pobreza e com o fato de ser negro. O peso do trauma geracional e da luta por necessidades básicas não deixa espaço para mais nada. Você apenas acredita que não passa de lixo." (pág.59)

"Quando você nunca teve o suficiente para comer, quando sua eletricidade e aquecimento foram cortados, não tem medo quando alguém diz que a vida será difícil. O fator medo estava minimizado para mim. Eu já conhecia o medo. Meus sonhos eram maiores que o medo." (pag 101)

Mas Viola superou seus traumas de infância e correu atrás do seu sonho: estudou muito e trabalhou muito, sem trégua, sem facilidades, sem ajuda. 

Acho interessante que muitos dos preconceitos que ela sentiu por ser pobre/negra eu senti na minha vida por ter deficiência física. É como se o roteiro da vida fosse escrito para contemplar só os brancos, ricos e com saúde. Fugiu um pouco disso, o preconceito aparece, velado ou descarado, mas aparece. Seja porque evitam te chamar para um papel (no caso dela) ou para uma reuniãozinha/festa. Tá todo mundo do círculos de amigos lá, menos você. Então, entendi e me solidarizei com ela em vários momentos. Mas a vida é isso, essa sucessão de alegrias e tristezas, conquistas e decepções, e só tem sentido quando você entende e sente que existe um Deus que olha por você e te ama do jeito que você é. Inclusive, é muito interessante a experiência de oração da Viola: foi feita com fé e Deus atendeu <3

"Mas o que foi que falei sobre a vida? Ela nunca para. Sempre temos esperanças de que tudo aconteça a nosso favor. Pelo menos é assim que as histórias se desenrolam nas telas. Podemos viver a vida buscando prazer e ótimos momentos, e podemos vivê-la esperando tragédias e tristeza. A vida existe em algum lugar no meio disso." (pág.227)

Boa leitura!

Aproveite e veja nesse link os livros mais vendidos no momento:Livros mais vendidos

quarta-feira, 21 de junho de 2023

A natureza da mordida


Carla Madeira
Editora Record - 240 páginas

"O amor, às vezes, acaba mesmo sendo amado. O amor às vezes vai embora com as pernas de alguém que você queria que ficasse. Vai embora assim numa manhã de segunda como quem vai trabalhar." (página 75)

Ganhei esse livro de uma amiga muito querida que veio me visitar. Antes, como sabe da minha paixão por livros, sondou minha mãe e ela passou minha lista da Amazon! Gente, amo minha família e amigos, são os melhores <3

Bom, e o livro? Pra mim é o melhor dos 3 que li da autora. Aqui temos o encontro casual de uma psicanalista aposentada que está perdendo a memória aos poucos (Biá) com uma jornalista que acabara de sofrer um triste golpe da vida (Olívia). 

Um dia, Olívia senta-se na cadeira de um sebo que é usada habitualmente por Biá e ela fica desconcertada com todo o conjunto: a beleza de Olivia, sua concentração pra escrever, seu choro. Ia pedir pra trocar de lugar e explicar o porquê, mas aí ela simplesmente se aproxima, pergunta o nome da moça e segue:
"O que você não tem mais que te entristece tanto?"

E então, Olívia se abriu. E contou tudo. Tudo e mais um pouco. Muitos encontros vieram depois, alternados com as anotações de Biá, sempre com cada uma contando - e recontando - suas dores e perdas. 

"O que realmente nos fere, Olívia, sempre envolve o que amamos." (pág 39)

Assim como Tudo é rio e Véspera, nos deparamos com um acontecimento traumático e/ou chocante, que se descortina ao longo da narrativa. Nesse livro, aliás, ocorre mais de um.

"Melancolia é o nome da saudade sem esperança." (pág. 67)

A mordida que ela se refere é a mordida da vida, que nos abocanha, mesmo quando não há dentes. Ninguém está imune e sofre as consequências enquanto viver.

"Pois nada adoece mais do que lembrar. Mas, ainda assim, pode estar certa, não lembrar mata." (pág. 52)

"Ás vezes é preciso morrer para voltar a existir." (pág 166)

"Só que o amor... o amor quer sempre mais, quer sempre muito, e quem aceita migalhas está doente ou adoecerá." (pág 227)

Como eu gostaria de ter trocado um dedinho de prosa com Olívia e Biá!

Leitura obrigatória.

segunda-feira, 12 de junho de 2023

Véspera


Carla Madeira
Editora Record - 280 páginas 

"A consciência definitivamente não é um amanhecer. É luz elétrica encanada até um interruptor. Passa-se do escuro ao claro, sem nuances. (...) A consciência é a posse das evidências num gole. Tal qual a cara toma posse do soco." (página 123)

Há cerca de 1 ano li Tudo é rio, da mesma autora, e fiquei chocada com a história e com a forma que ela foi desvendando detalhes do acontecido. Confesso que quase larguei a leitura no meio, mas continuei e me surpreendi!

Agora, com Véspera, não foi diferente: um acontecimento chocante logo no começo vai ser o fio condutor da história de Caim e Abel. Sim, os nomes são iguais aos irmãos da Bíblia e isso foi motivo de desgosto pra mãe (Custódia), que queria que chamassem Pedro e Paulo, mas o pai (Antunes) mudou de ideia na hora de registrar e criou o caos na vida da família com essa decisão.

Os meninos cresceram muito unidos, mas com o tempo um deles se destacou mais: jogava melhor, tirava as melhores notas, era mais querido na escola. Os sentimentos e comportamentos de ambos são desenhados pela autora de uma forma que você passa a entender os motivos dos acontecimentos.

"A confirmação de uma suspeita é sempre um excesso de realidade." (pág.194)

No paralelo, vamos acompanhar como foi a vida de Abel, depois que se casou, e a tragédia - que poderia ter sido evitada? - que assolou sua vida. Há coisas que poderiam ser evitadas de "véspera" ou tudo tinha que acontecer? 

Pra variar, eu faria uma pequena no mudança no capítulo final, suavizando um pouco o desfecho. Mas isso é coisa minha, que sempre mergulho fundo nas tramas e, claro, encontro outros meios de terminá-las.

Boa leitura!