terça-feira, 25 de agosto de 2015

Desonra

J.M.Coetzee
Companhia das Letras - 248 páginas

"Seu temperamento não vai mudar, está velho demais para isso. Está fixo, estabelecido. O crânio, depois o temperamento: as duas partes mais duras do corpo." (página 8)

David Lurie é um professor da Universidade Técnica do Cabo (África do Sul), que além do curso de comunicação, dá aulas de poesia romântica.

Aos 52 anos, divorciado e pai de uma filha adulta que mora do interior, ele não tem grandes ambições. Ensina seus alunos porque é assim que ganha a vida e, agora, decidiu escrever um trabalho sobre Byron, uma ópera.

Sua vida muda completamente depois que ele tem um caso com uma de suas alunas, a doce Melanie.

"Uma semana atrás, era só uma carinha bonita na classe. Agora, é uma presença na vida dele, uma presença pulsante." (pág. 31)

Relutante, ela cede aos desejos do professor, mas depois o denuncia e ele acaba enfrentando um inquérito disciplinar na faculdade.

Não vou falar muito mais para não estragar a leitura, mas o fato é que com isso, ele se aproxima mais de sua filha e, de certa forma, a ajuda passar por uma fase bem complicada na fazenda.

Basta dizer que todo esse cenário foi desenhado numa África do Sul pós-apartheid, onde vingança, disputas por terras e banditismo são uma constante, em diversos e diferentes graus.

Alerta: o livro é excelente, mas é um soco no estômago. Aliás, um após o outro.

sábado, 15 de agosto de 2015

Pequeno Segredo

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Heloisa Schurmann
Nova Fronteira - 288 páginas

"Deixe que ela tenha uma vida cheia de coisas pra fazer, que ela tenha sonhos e que seja amada por todos. Nunca coloque um ponto final na vida dela." (página 143)

Lembro-me de acompanhar pelo Fantástico a trajetória da família Schurmann, em suas viagens ao redor do mundo a bordo do veleiro Aysso
O que eu mais gostava de ver? A pequena Kat. Sempre sorridente, ela vivia brincando ou estava no colo de algum integrante da família, iluminando o ambiente.

Eu não sabia - quer dizer, ninguém sabia - que ela era portadora do HIV. Quem iria suspeitar que uma criança tão cheia de vida poderia estar com os dias contados?

Jeanne, a mãe de Kat, pegou o vírus em uma transfusão de sangue antes dela nascer. Sem saber que tinha a doença, acabou por transmiti-la ao marido, Robert (neozelandês), e à filha durante a gestação. Jeanne faleceu quando Kat era pequena e Robert, sabendo que logo teria o mesmo destino, entregou a filha para a família Schurmann, que a adotou com a maior alegria.

Pierre, David e Wilhelm, os filhos adolescentes de Vilfredo e Heloisa, ganharam uma irmãzinha alegre, curiosa, carinhosa e cheia de amor pra dar. Ela tinha só 3 aninhos e, segundo o parecer de um médico paulista, não viveria muito tempo. Mas, 11 anos se passaram e ela viveu muitas aventuras, as quais são narradas por sua mommy Heloisa nesse livro. 
Claro que nem tudo foram flores, houve as fases de tratamentos, internações, mudanças de medicamentos, etc mas em todos os momentos, Kat pode contar com o amor incondicional de sua nova família.

É impossível não se emocionar em cada página e, a leitura do diário de Kat no final, é algo que amolece qualquer coração: seus sonhos, suas dores, suas angústias (por que não cresço?), suas pequenas alegrias diárias...está tudo ali, com suas palavrinhas e seu jeito especial de ser.

Boa leitura!

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Para onde ela foi

Gayle Forman
Novo Conceito - 240 páginas

"... vou ter de viver dos restos de hoje até o fim da vida..." (página 99)

Continuação de Se eu ficar, finalmente vamos saber o que aconteceu com Mia: se recuperou? Voltou a tocar? Ficou com Adam?

Adam, por sua vez, está "bombando" com sua banda Shooting Star e cada vez mais se afunda no tabagismo e nos remédios para controlar a ansiedade.

Não dá para contar muita coisa, sem cair em spoillers, mas já dá pra adiantar que temos aqui decepções, dores, momentos de superação, muito "mal entendido" e, claro, argumentos (fracos) para resolver tudo isso.

A boa notícia é que a história tem o fim agora.

Boa leitura!