sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Uma Vida Inventada

Maitê Proença
Ed Agir - 214 páginas

“Tem um congestionamento aqui dentro de mim. São muitas pessoas querendo falar, se exibir, se expressar...”

Assim começa a biografia da atriz Maitê Proença, já com uma dica do que viria adiante: suas várias partes e fases queriam falar, precisavam falar...


Comecei a ler, então, meio que com pé atrás, afinal, o que uma artista da Globo teria a dizer? Mas, aos poucos, vi que a história dela até que era bem interessante e a forma de narrativa também. Maitê intercala capítulos na 1ª pessoa, quando se refere à sua juventude e vida adulta (com letras pretas) e capítulos na 3ª pessoa (com letras marrons) quando se refere à sua infância. Aqui ela é “a menina”.


Essa menina teve de ser forte pois seu pai matou sua mãe quando tinha apenas 12 anos de idade. A partir daí, sua vida sofreu um rebuliço: ela foi morar num pensionato para filhos de missionários americanos, viveu em Campinas, Ubatuba, Paris e, um dia, ganhou o mundo e visitou cerca de 60 países. Viajou para fora ainda adolescente, com o namoradinho, estudou em Paris (Sorbonne) e, por isso, nos conta muitas histórias dessas viagens.


Prá quem pensa que há muita fofoca de bastidor de novela, se engana. Claro, ela fala algumas coisas e cita alguns (poucos) nomes, mas não se perde nisso. Fala, por exemplo, como ingressou na Globo, o que achou de sua primeira novela (As Três Marias) e como foi chamada para fazer Dona Beija na Manchete (seu maior sucesso).


Além disso, ela fala de seus romances (“não existe sentimento mais forte que uma imensa paixão. A gente sofre, cega, emburrece, se adoenta, sara. E depois, como se nada houvera, se apaixona de novo...”), sua única filha e sua busca religiosa. Até santo-daime essa criatura experimentou! Sem falar que já foi católica na Croácia, batista no Harlem e adepta do Centro Espiritual do Osho na Índia. Curioso é quando ela diz, já no final, estar sempre seguindo “ no caminho”. Mas, qual caminho?


Desejo, do fundo do coração, que ela encontre O caminho (João 14:6). E logo. E seja, finalmente, livre, leve, solta e , definitivamente, feliz.

Boa leitura!

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