sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Memória de minhas putas tristes

Gabriel García Márquez
Ed Record - 127 páginas

"Descobri que minha obsessão por cada coisa em seu lugar, cada assunto em seu tempo, cada palavra em seu estilo, não era o prêmio merecido de uma mente em ordem, mas, pelo contrário, todo um sistema de simulação inventado por mim para ocultar a desordem da minha natureza." (página 74)

Prestes a completar 90 anos, o velho cronista decide presentear-se com uma noite de amor com uma jovem virgem.

Liga para Rosa Cabarcas, cafetina e dona de uma casa clandestina, que lhe arranja uma garota de 14 anos.

Na grande noite - e nas seguintes - o velho a encontra dormindo na cama e não tem coragem de acordá-la. Passa, então, a admirá-la e amá-la em seu sono profundo. Conversa com ela, canta, conta fatos, leva presentes e vive desse "diálogo" imaginário e feliz durante a vigília da moça. É assim que ele descobre o amor. Apesar de tido centenas de mulheres em seu leito, descobre na velhice que nunca amara de fato ninguém, a não ser "Delgadina", sua Bela Adormecida.

"Tornei-me de lágrima fácil".

Suas crônicas no jornal passam a refletir essa mudança de ânimo:

"...cada palavra era ela."

E o medo de perdê-la começa a atormentá-lo.

Com graça e maestria, García Márquez nos conduz para a vida desse homem solitário e nos mostra que o amor não tem hora pra chegar.

"O que você viveu ninguém rouba."

Boa leitura!

Um comentário:

  1. Amanda,
    Obrigada pela visita e pelo carinho!
    Com certeza irei visitar seu blog :)
    bjos e...volte quando quiser.

    ResponderExcluir