Resenhas de livros que li e, de certa forma, gostei. Muito ou pouco. Não tenho o objetivo de comparar escolas literárias, estilos, datas, épocas... Leitura pra mim é diversão e divulgo o lado alegre, poético, lúdico, desafiador de cada livro. Boa viagem!
domingo, 30 de outubro de 2011
Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil
Leandro Narloch
Leya - 368 páginas
"...um bom jeito de amadurecer é admitir que alguns dos heróis da nação eram picaretas ou pelo menos pessoas do seu tempo. E que a história nem sempre é uma fábula: não tem uma moral edificante no final nem causas, consequências, vilões e vítimas facilmente reconhecíveis (...)
Esse livro não quer ser um falso estudo acadêmico (...) e sim uma provocação." (página 27)
Amava estudar história no colégio, mas sempre achava a receitinha pronta: os índios estavam bem aqui e foram praticamente aniquilados pelos portugueses maus; um bom governo era aquele que sempre buscava o bem dos menos favorecidos e bla bla blá...
Nesse livro, recheado de referências bibliográficas, o autor procura mostrar o outro lado da moeda, de forma bem humorada e desafiadora.
Vamos começar pelos índios.
Sabia que eles queimavam as florestas por aqui e foi preciso que os portugueses criassem leis ambientais para o território brasileiro já no século 16?
Quanto aos vícios, podemos dizer que houve uma "troca": os portugueses trouxeram o álcool para os índios, mas levaram o tabaco para a Europa.
Sabia que "símbolos nacionais" como a banana, a jaca, a manga, a laranja, o limão, a carambola, a graviola, o café, o coco, entre outros, na verdade foram trazidos pelos portugueses? Não eram nativos.
E o que dizer dos negros no período colonial?
Se você não sabia que Zumbi tinha escravos e que ex-escravas também compravam suas escravas, não fique chateado, muita gente não sabe até hoje.
Quer mais?
Machado de Assis era censor do Império;
José de Alencar foi contra a abolição;
Jorge Amado defendeu Hitler e Josef Stálin (glup!);
Graciliano Ramos não via futuro no futebol no país (ele disse que "o futebol era uma moda passageira que jamais pegaria no Brasil")
Aliás, "até a década de 1930(...) o samba, a feijoada, a capoeira, o futebol não eram ícones da identidade nacional." Ulalá...
O autor ainda pega no pé dos acreanos ( e do custo desse estado para o país ), de Aleijadinho (atribuem tanto a ele!), de Santos Dumont ( que não inventou o avião. Nem o relógio de pulso) e dos comunistas ( responsáveis por "saques, estupros, assassinatos e outras atividades que deixavam a população aterrorizada". Sem falar que Prestes teria ordenado a morte de uma jovem de 16 anos, Elza, em 1936).
E aí, está pronto para ser provocado?
Boa leitura!
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Nossa. Se o post já quebrou vários paradigmas, imagine o livro!
ResponderExcluirPróximo da fila Paulinha, tks!
Rafael