sábado, 1 de junho de 2013

A Rosa do Povo

Carlos Drummond de Andrade (1902-1987)
Companhia das Letras - 188 páginas

"As palavras não nascem amarradas,
elas saltam, se beijam, se dissolvem..."
(página 9 - "Consideração do Poema")

Esse mineirinho de Itabira tinha o dom de desatar as palavras.

Essa obra, publicada em 1945, mostra um poeta que se comove com as dores da guerra e com a morte (como em "Carta a Stalingrado", " Visão 1944" e "Morte no avião"). É um poeta maduro, que faz um balanço da vida, do tempo, das perdas ( como em "Ontem" e "Indicações").

O tempo e seus contratempos são o mote do livro.

"O rosto no travesseiro,
escuto o tempo fluindo
no mais completo silêncio..."
("Desfile")

"Este é tempo de partido,
tempo de homens partidos."
("Nosso tempo")

"No quarto do hotel
a mala se abre: o tempo
dá-se em fragmentos..."
("Assalto")

O tempo não poupa dores, nem amores.

"O primeiro amor passou.
O segundo amor passou.
O terceiro amor passou.
Mas o coração continua..."
("Consolo na praia")


Excelente leitura a qualquer tempo!

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