Difel - 256 páginas
"Eis-nos submetidos, hoje, (...) a uma exigência contraditória: amar apaixonadamente, se possível ser amado do mesmo jeito, mas permanecendo autônomo." (página 35)
Como viver com o paradoxo do amor, que prega a entrega da paixão e a busca da liberdade? Através de seu ensaio, o filósofo francês fala sobre as metamorfoses do amor na vida da sociedade nos últimos anos.
Em que mudamos?
"Eros era um deus para os Antigos; para os Modernos, espera-se que faça de nós deuses." (pág 32)
E quem são os personagens de uma vida amorosa, num mundo em que as relações se constroem/descontroem continuamente? O ex, os enteados, os filhos de vários relacionamentos, as relações homoafetivas, as barrigas de aluguel.
"... estamos em plena criação de novas formas familiares, vivendo a angústia da transição." (pág 148)
E mesmo nessa vida familiar tão complexa, ainda é possível amar e celebrar.
"Eu celebro a superexcitação que o outro suscita em mim e protesto contra a desordem que ele me mergulha." (pág 75)
Novo paradoxo? Sim. Mas então, é ruim apaixonar-se?
"Apaixonar-se é dar relevo às coisas, encarnar-se de novo na densidade do mundo e descobri-lo mais rico, mais consistente do que suspeitávamos." (pág 82)
"Amar é antes de mais nada subtrair um ser da comunidade humana, desertificar o mundo e não saber de nada que não seja ele." (pág 86)
Como humanos, porém, somos passíveis de erros, de falhas:
"Não somos nem heróis nem santos, somos simples humanos com capacidade de dedicação limitada." (pág 119)
E mesmo com essa limitação, ainda podemos sonhar, amar e ser felizes.
Viver pode não ser fácil, mas com motivos para amar se torna bem mais interessante.
Boa leitura!
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