Paul Auster
Companhia das Letras - 194 páginas
"...e acontecia com frequência, que sua vida não parecia mais habitar o presente." (página 152)
A perda do pai provoca no autor uma avalanche de sentimentos, que ele precisa por pra fora. E com palavras.
É assim que Auster conta sobre o relacionamento com seu pai, a personalidade fechada dele e o isolamento dos últimos tempos:
"Destituído de paixão por uma coisa, por uma pessoa ou por uma ideia (...) ele conseguiu se manter longe da vida, evitar a imersão no âmago das coisas."
Em suas palavras, o pai foi distante, não fazia força pra se envolver e mal se emocionava (nem quando seu único neto nasceu).
"O mundo ricocheteava nele, se espatifava de encontro a ele, às vezes aderia a ele - mas nunca entrava."
O autor desnuda seu coração ao comentar situações vividas com o pai e escava sua memória nessa árdua tarefa.
Mas ele também mostra o outro lado, como pai do pequeno Daniel e seu distanciamento deste por causa da separação da mulher.
O livro traz percepções maravilhosas sobre relacionamentos, solidão, destino, vida, memória, pensamentos. Não apenas na visão do autor, mas à luz de grandes nomes como Proust, Pascal, Freud, Flaubert, entre outros.
Trata-se de uma leitura envolvente, dolorosa e necessária.
Antonio,
ResponderExcluirObrigada pela visita e pelo carinho!
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Fica na paz.