terça-feira, 3 de julho de 2012

On the road

Jack Kerouac (1922-1969)
L&PM Editores - 294 páginas

"Porque, para mim, pessoas mesmo são os loucos, os que estão loucos para viver, loucos para falar, loucos para serem salvos, que querem tudo ao mesmo tempo agora, aqueles que nunca bocejam e jamais falam chavões, mas queimam, queimam..." (página 21)


EUA, final da década de 50.

Os amigos Sal Paradise e Dean Moriarty querem mais é curtir a vida, sem pensar no amanhã, muito menos nas consequências de suas inconsequências.
O que importa é que são amigos (será?), estão sempre cercados de mais amigos, cerveja, garotas e, claro, problemas.

Mas a vida só tem sentido quando eles pegam a estrada para cruzar o país, de leste a oeste, de oeste a leste, de norte a sul.

Buscam "aquilo" - algo etéreo que é o sentido da vida - e varam noites no asfalto, na bebedeira, nas baladas de sax das periferias.

Dean é o maluco da vez, que transpira, fala sem parar, se droga exaustivamente, casa-separa-reata-separa de novo, faz filhos, procura o pai vagabundo, se mete em encrencas, abandona os amigos, resgata os amigos, vive o paradoxo da vida em sua plenitude.

Sal o enxerga como um irmão: discutem, conversam, viajam, ah como viajam!
E ainda tem Marylou (esposa de Dean), Camille (esposa de Dean), Inez (esposa de Dean) e os vários amigos de estrada afora (Carlo Marx, Remi, Terry, Ed Dunkel, Galatea Dunkel, Tim Gray, Babe Rawlins, e muitos outros).

Eles buscavam ser felizes, mas será que foram? O meu conceito é bem diferente, mas a leitura é ótima pra vermos o outro lado da vida.

"Porque afinal ali estávamos nós, lidando com o inferno e com a amargura da pobre vida beat nessas horrorosas ruas da humanidade." (página 188)

Kerouac deu nome e vida ao movimento beat - em constante movimento, numa adrenalina sem fim - e fez história a partir de 1957, quando seu livro foi publicado. Nascia ali o mito On the road.

Agora, é esperar pra ver nas telinhas o filme de Walter Salles.




Boa leitura!

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