segunda-feira, 23 de julho de 2018

O dom da lágrima

Thomas Oden
Ed Raízes da América - 130 páginas

"_ Por que você escolheu chamar-se Void?
 _ Por eu me sentir vazio, como se eu tivesse me esquecido de viver..." (página 24)

Void - e toda a humanidade - deveria ser muito feliz. Ele não precisa trabalhar, nem se preocupar com recursos materiais, é servido por diversas formas de inteligências artificiais e já viveu muitos anos. Muitos mesmo, a ponto de quase ser imortal. Quase pois, um dia, todos acabam morrendo: ou da doença ou de suicídio, algo que ficou comum numa sociedade que perdeu o sentido de existir.

Os robôs assumiram todo tipo de trabalho e vivem sorrindo, enquanto trabalham. O que era pra ser algo bom, acabou isolando as pessoas, tornando-as quase sem interação umas com as outras.

Um dia, porém, Void conhece Inanis numa plataforma de embarque. As primeiras palavras trocadas não foram muito amigáveis,mas eles voltaram a se ver e começaram a se relacionar, algo raro para a época.

Void viu em Inanis seu único propósito de vida e tudo ia muito bem até que ele se viu ameaçado e percebeu que não poderia perdê-la, em hipótese alguma. Então, ele tomou uma atitude drástica, que mudou o rumo da existência de ambos.

O livro é interessante pois nos faz refletir sobre o valor dos nossos relacionamentos (familiar ou em outras esferas) e das coisas que conquistamos por esforço e mérito próprios. Como é bom superar um problema, fazer planos, estudar alternativas, valorizar cada momento com alguém que te faz bem... e como é bom saber que um dia, dentro de um século, tudo acaba. Será que teríamos fôlego para aguentar milhares de anos, mesmo a despeito de termos uma boa qualidade de vida?

É pra se pensar...

Boa leitura!

Em tempo: o autor é jovem, filho de uma amiga da época da faculdade, e me surpreendeu pela elegância na escrita. Ele ainda vai evoluir muito e deixar a marquinha dele por aí!





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