Santo Agostinho
Coleção Folha – Livros que mudaram o Mundo (vol 12) – 250 páginas
“O tempo não descansa, nem rola ociosamente pelos sentidos: pois produz na alma efeitos admiráveis.” (página 59)
O livro é dividido em 2 partes: na primeira, Agostinho conta detalhes de sua vida desde a infância: suas influências, seus planos, as pessoas com quem conviveu e seu processo de conversão.
“dominava-me um pesadíssimo tédio de viver e um medo de morrer.” (ao falar da morte do melhor amigo na juventude)
Na 2ª parte, ele reflete sobre grandes temas da existência humana: o que é a memória? E o tempo? Como explicar a trindade divina? E a criação? Quem é Deus? O que é a paz?
“O que é, por conseguinte, o tempo? Se ninguém me perguntar, eu sei, se quiser explicá-lo a quem me fizer a pergunta, já não sei.”
Agostinho foi um grande homem, no sentido de ter pleno domínio das palavras, conhecer bem tudo o que acontecia ao seu redor (e estamos falando do século IV da nossa era) e de reconhecer a grandeza e poder de Deus.
Sua biografia, porém, nos inquieta. Viveu cerca de 15 anos com uma mulher, teve um filho (Adeodato) com ela , mas não oficializou o casamento. Antes, foi prometido em casamento, por sua mãe, à outra pessoa - criança ainda -, mas teria de esperar “quase dois anos para chegar à idade núbil” (ou seja, até ela ter 12 anos).
Nesse período, ele se afastou dos maniqueístas (seita que misturava cristianismo com as doutrinas de Zoroastro) e se aproximou do catolicismo, para grande alegria de sua mãe Mônica e desistiu do casamento.
A mãe, aliás, teve grande papel na vida do autor e ele dedica grandes trechos de sua obra a ela.
Por fim, Agostinho deixou a oratória e aulas de lado e abraçou o celibato, o catolicismo e uma vida dedicada a exaltar a Deus.
“São quatro as perturbações da alma: o desejo, a alegria, o medo e a tristeza.”
“Não é a vida humana sobre a terra uma tentação contínua?”
Sua vida pode não ser um exemplo em muitos sentidos – e o abandono da mulher é o maior deles –, mas é inegável a contribuição do seu pensamento para nós até os dias de hoje.
Boa leitura!
“Passo muitas coisas em silêncio, porque tenho pressa.”
Eu também; eu também...
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