sábado, 14 de abril de 2018

Filosofia para corajosos

Luiz Felipe Pondé
Ed Planeta - 190 páginas

"De certa forma, a filosofia só existe na gratidão para com o pensamento dos outros e na generosidade em doar o seu pensamento para os outros." (página 19)

Conheci o Pondé há cerca de 7 anos, na IBAB, num fórum de debates. Na época, ele estava lançando o livro "Contra um mundo melhor", e aceitou debater suas ideias com Ed Rene Kivitz, pastor daquela igreja. O debate foi um deleite pra mim, admiradora de ambos, apesar de não concordar com tudo.

Quando ganhei esse livro de aniversário, fiquei feliz pois fazia tempo que não lia nada do autor. O último livro foi "Os Dez Mandamentos (+1)", há quase 2 anos.

Em "Filosofia para corajosos", Pondé diz que pretende ajudar o leitor a "pensar com a sua própria cabeça". Citando Nietzsche, diz que fazer uma história da filosofia vista pelos seus próprios olhos é "aprender a falar sua própria língua". Fazer isso não é tarefa para covardes. (pág 12) 

Para tanto, ele divide a obra em 3 partes: primeiro, fala do seu modo de fazer filosofia. Depois, levanta temas pertinentes a quem deseja filosofar e, por fim, fala do mundo contemporâneo e da sua mediocridade. Essa última parte, aliás, foi a mais engraçada e também a mais trágica.

Temas como moral, ética, religião, política, marketing de comportamento, economia, educação e valores permeiam suas indagações acerca do mundo, além dele falar como grandes filósofos abordaram tais assuntos.

"Todo mundo tem um preço, menos o que não valem nada." (pág.53)

"A democracia é um sistema que joga sobre nós grandes quantidades de idiotas que decidem por nós." (pág. 55)

"Quem canta as próprias virtudes é um mentiroso ou orgulhoso." (pág.107)

"Eu acho que educação é ajudar os mais jovens a enfrentar essa humanidade desorientada que habita em cada um de nós." (pág.143)

Ao afirmar que o mundo contemporâneo é ridículo, ele faz um resumo do que hoje é considerado sucesso e aborda temas como narcisismo, cultura dos direitos e não dos deveres, mania de perfeição e traumas da longevidade.

Pondé não tem papas na língua pra julgar comportamentos que existem pra inglês ver, põe o dedo na ferida na cultura da felicidade e ainda fala como vê o rumo que essa vida perfeita está seguindo.

Enfim, vale a pena a leitura!




Nenhum comentário:

Postar um comentário