Ed Record - 280 páginas
"Até ali (março de 2016), os números da Lava Jato realmente impressionavam: vinte e oito fases deflagradas; 2,9 bilhões de reais devolvidos aos cofres públicos; 2,4 bilhões de reais ainda bloqueados; 179 réus, 93 condenações criminais; 990 anos de penas somadas." (página 265)
Desde março de 2014 não há um dia sequer nesse país, que não apareça alguma reportagem na TV sobre a Lava Jato. O que começou numa investigação de evasão de divisas e lavagem de dinheiro, se tornou algo surpreendente. Os 4 doleiros suspeitos eram peixe pequeno. O fio foi puxado - imagine um doleiro presentear um executivo da Petrobras com um Land Rover avaliado em 250 mil reais - e uma rede bem articulada de propinas surgiu. Não só na Petrobras, mas na Odebrecht, Camargo Correa, Andrade Gutierrez, OAS, Queiroz Galvão, Mendes Júnior, UTC, entre outras. Daí para se chegar à esfera política foi rápido. Planilhas e programas de gerenciamento de propinas foram descobertos e os desvios não foram poucos, nem pequenos. Todo mundo queria levar seus milhõezinhos na engrenagem montada.
A obra conta tudo isso que já ouvimos, de uma forma leve, sob a ótica dos policiais federais envolvidos. Como eram as investigações? E as abordagens? Como conseguiram localizar tanta gente em diversas partes do país e do mundo a partir de Curitiba? Quais foram os contratempos, as dificuldades?
A leitura desse "romance político-policial" nos traz algumas respostas, mas também nos faz refletir sobre outras coisas. Hoje já estamos na 47ª fase da Lava Jato e muita coisa ainda está por vir. Será que um dia acabaremos com a corrupção em nosso país? Conseguiremos criar um mecanismo tão eficaz anti-corrupção como a que existiu/existe para promovê-la? Há esperança nas eleições de 2018 ou são todas cartas marcadas?
Boa leitura!
Dedicatória da autora
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