terça-feira, 7 de junho de 2016

A confissão da leoa

Mia Couto
Companhia das Letras - 254 páginas

"Como há espaço, dentro de nós, para enterrarmos as nossas pequenas mortes!" (página 38)

Há 5 anos li meu primeiro Mia (O outro pé da sereia) e fiquei encantada com o estilo desse autor moçambicano.

Conforme já falei em resenhas anteriores, é difícil resumir em palavras todos os sentimentos que os livros dele produz. Então, vamos à trama!

A aldeia de Kulumani se vê numa situação inusitada: o ataque de leões. Então, o adminstrador local (Florindo Makwala) decide chamar um caçador profissional: Arcanjo Baleiro. O caçador vai para a aldeia junto com um escritor, que irá registrar cada passo da empreitada.

Na aldeia mora a família de Genito Mpepe: a esposa Hanifa Assulua e a filha Mariamar. A família já foi maior, com outras 3 filhas, todas mortas. As gêmeas morreram afogadas e Silência, a filha mais velha, foi a última vítima do leão.

Os capítulos do livro intercalam trechos do diário do caçador e da visão de Mariamar. Passamos a conhecer os fatos da aldeia sob as duas óticas, uma completando a outra.

Ler Mia é abrir caminho para que o sonho, a fantasia e os fantasmas internos se aflorem. Nem sempre é fácil.

"...tristeza não é chorar. Tristeza é não ter para quem chorar." (pág. 56)

Boa leitura!

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