segunda-feira, 23 de junho de 2014

Venenos de Deus, remédios do diabo

Mia Couto
Companhia das Letras - 188 páginas

"As pessoas demoram a mudar. Quase sempre demoram mais tempo que a própria vida."

Dr Sidónio Rosa veio de Lisboa atender no posto de saúde de Vila Cacimba, em algum lugar escondido da África.

Lá, ele se aproxima do mecânico reformado Bartolomeu Sozinho e de sua esposa, dona Munda, com o objetivo de reencontrar Deolinda, filha do casal e seu grande amor.

"O suficiente é para quem não ama. No amor, só existem infinitos."

"Que o amor acontece para a gente desacontecer..."

"Amar é estar sempre chegando..."

Porém, Bartolomeu está doente e vive trancado em casa; Deolinda não está em Vila Cacimba e a cidade padece com vários doentes perambulando pra cima e pra baixo.

Aos poucos, Sidónio passa a conhecer a história da família Sozinho nas suas diversas versões: a contada pelo maior oponente de Bartolomeu, o administrador Suacelência, a contada por Munda e a que Bartolomeu conta. 

A realidade se mistura com as fantasias de cada um até que o doutor recebe uma notícia que o abala e aí ele não sabe mais em quem acreditar.               

"O tempo é o lenço de toda a lágrima."
                        
Não dá para contar mais sem estragar, mas a trama de Mia se desenrola com muito lirismo, poesia e, claro, alegorias, como sempre!

Boa leitura!

p.s. Outros livros do autor que recomendo: Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra, O outro pé da Sereia e O fio das missangas.

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