sábado, 11 de junho de 2011

Se eu fechar os olhos agora


Edney Silvestre
Record - 303 páginas

"Queria falar, mas não apenas a boca seca o impedia. As palavras que buscava flutuavam rápidas demais, impossíveis de serem pegas, como balões ziguezagueando ao vento furioso." (pág 185)

As palavras fogem, o tempo passa, mas as recordações passadas na infância ao lado de um bom amigo ficam. As boas e as ruins.

Assim foi para Paulo e Eduardo. Dois garotos de 12 anos que encontraram o corpo de uma jovem loira, em um lugar ermo da pequena cidade em que viviam.

Paulo era moreno, baixo, tinha orelhas de abano, morava com o pai e o irmão e, invariavelmente, falava alguma coisa na conjugação errada. Eduardo o corrigia e o ensinava. Era mais alto, vivia com a mãe costureira e o pai ferroviário.

Os garotos, curiosos, decidiram investigar o crime pois o principal suspeito era o marido, dentista idoso, que não teria forças para cometer sozinho brutal assassinato.

O dentista confessa mas, mesmo assim, eles não se convencem e partem para a investigação, com ajuda de Ubiratan, um velho morador de um asilo que, nas horas vagas, pula o muro do local e passeia pela cidade.

Esse trio faz descobertas terríveis e, de uma hora para outra, veem o rumo de suas vidas mudarem de direção.

A leitura é agradável, apesar do exagero da linguagem chula em certas ocasiões. Sabe quando soa desnecessário?

O melhor fica para os diálogos dos garotos: o autor captou bem a fase de transição da infância para a adolescência e a contextualizou na época descrita: abril de 1961.

A história é interessante, bem contada e tem um final comovente. Vale a pena conferir.

Boa leitura!

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