sábado, 1 de junho de 2019

Sobre histórias

C.S.Lewis (1898-1963)
Thomas Nelson - 256 páginas

"... o significado de um livro é a série ou o sistema de emoções, reflexões e atitudes produzidas por sua leitura."(página 233)

Esse livro é uma coletânea de 20 ensaios com a temática voltada para a escrita, produção de textos, gostos diversos pela leitura e pelas diversas formas de se apreciar e criticar uma obra.
A maioria dos capítulos aborda obras e autores como se fossem conhecidos de todos. J.R.R.Tolkien (de O Senhor dos Anéis) e George Orwell (de 1984 e A Revolução dos Bichos) são nomes comumente conhecidos e a leitura desses textos é enriquecedora demais. O espanto que tive ao ler A Revolução dos Bichos no ginásio, parece ter sido o mesmo que Lewis teve: é uma "obra de gênio", pensei assim como ele. Como conseguimos ser os mesmos depois de ler autores desse porte? Impossível. São leituras que te mudam e arrebatam.
Porém, ao falar de autores menos conhecidos (pelo menos na nossa realidade atual) em alguns ensaios, a leitura se torna meio cansativa (mas nada que desmereça a obra como um todo).

Assim como Lewis, amo os contos de fadas, e por isso me encantei com as Crônicas de Nárnia, as quais li e reli algumas vezes (aliás, preciso reler de novo!).
"O homem literário relê, outros homens simplesmente leem." (pág. 201)

Queria ter disposição para reler mais... quanto livro que amei e só li uma vez?

Por fim, um dos capítulos mais interessantes fala de como surgiu a ideia de escrever O leão, a feiticeira e guarda-roupa:
"... começou com a imagem de um Fauno carregando um guarda-chuva e de um pacote em uma floresta nevada (...) Além disso, não sei de onde nem porque veio o Leão ou por que ele veio. Mas, já que estava lá, Ele cooperou com a história toda, e logo puxou as outras seis histórias de Nárnia depois de Si." (pág 101)
Essa imagem surgiu ao 16 anos, mas ele só veio a escrever a obra quando já estava na casa dos 40.

"... um homem que escreve uma história está empolgado demais com a história em si para relaxar e perceber como está fazendo isso (...) Não acredito que alguém saiba exatamente como 'se inventa coisas'" (páginas 101 e 102)

O fato é que ele inventou uma das minhas obras favoritas. Não fui mais a mesma depois de ler Nárnia na minha infância.

Boa leitura!

Obs
Outras obras que li e amei: Cristianismo puro e simples e Cartas de um diabo a seu aprendiz.

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