sábado, 20 de abril de 2019

A última noite do mundo

C.S Lewis (1898-1963)
Thomas Nelson - 144 páginas

"Quanto mais altas as pretensões do poder, mais intrometido, desumano e opressivo ele será." (página 53)

Aprendi a amar C.S Lewis na minha adolescência com a leitura de O leão, a feiticeira e o guarda-roupa. Li e reli várias vezes desde então não só ele, mas todos os 7 volumes da obra.

A última noite do mundo reúne 7 ensaios escritos entre 1952 e 1959, sendo que um deles leva o nome do livro, e aborda temas diversos: oração, crenças, obras, cultura, religião, política, redenção, fins dos tempos.

Aqui também temos um capítulo em que um demônio dá dicas de tentação para os jovens capetinhas. Sai o tio Fitafuso (de Cartas de um diabo a seu aprendiz) e entra Maldanado, com a manipulação em torno do "eu sou tão bom quanto você" no meio político e educacional. Neste último, aliás, ao tentar igualar todos no mesmo nível, acabamos perdendo grandes talentos que precisam acompanhar o ritmo da "turma", sem ter espaço para crescer e evoluir.  
As "diferenças precisam ser disfarçadas, (...) assim, o aluno mais inteligente permanecerá democraticamente acorrentado a seus colegas da mesma idade por toda a sua carreira escolar, e um menino capaz de compreender Ésquilo ou Dante será obrigado a ficar sentado, ouvindo seus contemporâneos tentando soletrar Vovô viu a uva." (pags 81 e 82)

Humor e ironia andam lado a lado, sempre com bom senso e lucidez.

Em "Religião e foguetes", ele abre espaço para suposições acerca do universo: estamos sós? Existem outros animais (racionais ou não)? Eles também precisam de redenção?

Por fim, em "A última noite do mundo", ele fala sobre a necessidade de estarmos preparados para a 2a vinda de Jesus:
"... o que a morte é para cada homem, a Segunda Vinda é para toda a raça humana." (pág 131)

Se o alerta valia no século passado, imagine agora?

Boa leitura!

  p.s. li também e indico: Cristianismo puro e simples e Oração:cartas a Malcolm.