domingo, 18 de agosto de 2019

O pomar das almas perdidas

Nadifa Mohamed
Tordesilhas - 294 páginas

"tanto o perigo como o refúgio podem ser encontrados entre as pessoas." (pág. 271)

Gosto de obras que retratam mulheres, pois normalmente elas são fortes e não desistem fácil diante de qualquer situação. Essa obra conta a história de 3 mulheres, na Somália, em 1987, às vésperas de um grande conflito que já se desenrolava nos últimos anos.

Tudo começa num estádio na cidade de Hargeisa, na festa de aniversário da revolução de "Vinte e um de Outubro", que colocou uma ditadura militar no poder.
Kawsar é uma viúva de sessenta e poucos anos, que perdeu sua filha por causa desse caos político, mas mesmo assim ela vai para o estádio com suas amigas porque são obrigadas. Vão ficar sete horas com fome, sede e calor e não podem recusar o "convite".
Deqo é uma órfã de 9 anos, proveniente de um campo de refugiados, que vai dançar na festa e está feliz porque vai ganhar um par de sapatos. Ela e mais 9 crianças vão se apresentar para o general Haaruun e nada pode dar errado.
Filsan, uma jovem soldado, vai trabalhar duro para que tudo ocorra na mais perfeita ordem, apesar de ter ficado três dias sem dormir. 

A festa tem início: Deqo se atrapalha na dança e é cercada por soldados, que começam a bater nela. Kawsar vê lá de longe, se sensibiliza com a menina e vai a seu encontro acudir. É interrogada e presa por distúrbio público, enquanto Deqo foge e se esconde de todos.

A partir daí a vida das 3 seguem rumos duros, difíceis, por aproximadamente um ano até que o destino as coloca frente a frente de novo.

Não dá vontade de parar de ler e o final é de encher os olhos de lágrimas.
Boa leitura!