Chinua Achebe
Companhia das Letras - 342 páginas
"Quando o Sofrimento bate à sua porta e você diz que não há lugar onde possa sentar-se, ele lhe diz que não se preocupe, porque trouxe o seu próprio banco." (página 123)
Depois de me apaixonar por Chimamanda (de Americanah), fiquei curiosa pra conhecer outros escritores nigerianos. E então, acabei ganhando essa obra do nigeriano Chinua e a devorei em dois tempos!
A trama tem como pano de fundo os impactos da colonização britânica na Nigéria, especialmente nos costumes e na religião do povo.
Ezeulu é o sumo sacerdote de seis aldeias que se juntaram e formaram Umuaro. Ele é o porta voz do deus Ulu e tem poder sobre o ano, as festas e as colheitas do seu povo. Essa união das aldeias não seu deu sem problemas, mas foi o jeito que encontraram para se defender de seus inimigos.
Como sumo sacerdote, Ezeulu ocupa o topo da hierarquia na sociedade e mesmo que não agrade a todos, ele toma decisões importantes, incluindo a época de colher os famosos inhames da região.
Sua família é composta por 2 esposas (Matefi e Ugoye) e vários filhos, de 3 casamentos (a primeira esposa é falecida). Com a chegada do homem branco, Ezeulu decide enviar um dos seus filhos, Oduche, para estudar com eles e conhecer os costumes deles. Ele deveria aprender os costumes e ser um tipo de espião. Porém, aos poucos, Oduche começa a assimilar a nova cultura, passa a enxergar o mundo de outra forma e a fazer coisas que desagradam seu pai e seu povo.
A nova religião, cristã, começa a ganhar novos adeptos e a capacidade de gestão de Ezeulu começa a ser questionada: será que ele está fazendo mesmo o que Ulu pede ou está sendo teimoso? Não há uma forma de barganhar com Ulu para ter o que a outra religião tem?
Livro bom pra refletir: será que fomos ensinados a questionar a lógica dos nossos líderes ou apenas a obedecê-las?
Vale a pena a leitura!
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