Mia Couto
Companhia das Letras - 254 páginas
"Como há espaço, dentro de nós, para enterrarmos as nossas pequenas mortes!" (página 38)
Há 5 anos li meu primeiro Mia (O outro pé da sereia) e fiquei encantada com o estilo desse autor moçambicano.
Conforme já falei em resenhas anteriores, é difícil resumir em palavras todos os sentimentos que os livros dele produz. Então, vamos à trama!
A aldeia de Kulumani se vê numa situação inusitada: o ataque de leões. Então, o adminstrador local (Florindo Makwala) decide chamar um caçador profissional: Arcanjo Baleiro. O caçador vai para a aldeia junto com um escritor, que irá registrar cada passo da empreitada.
Na aldeia mora a família de Genito Mpepe: a esposa Hanifa Assulua e a filha Mariamar. A família já foi maior, com outras 3 filhas, todas mortas. As gêmeas morreram afogadas e Silência, a filha mais velha, foi a última vítima do leão.
Os capítulos do livro intercalam trechos do diário do caçador e da visão de Mariamar. Passamos a conhecer os fatos da aldeia sob as duas óticas, uma completando a outra.
Ler Mia é abrir caminho para que o sonho, a fantasia e os fantasmas internos se aflorem. Nem sempre é fácil.
"...tristeza não é chorar. Tristeza é não ter para quem chorar." (pág. 56)
Boa leitura!
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