Adélia Prado
Record - 90 páginas"Tão lírica minha vida, / difícil perceber onde sofri."
(página 25 - in "Pingentes de citrino")
Já disse que ler Adélia é um ato sublime, quando escrevi sobre Bagagem. Mas não é só isso: ler Adélia é se ler, se descobrir. É se espantar com a sensibilidade que aflora com suas palavras, suas provocações.
Seus temas indagam, questionam, polemizam sobre o envelhecimento, as dores, as perdas, a morte, a saudade, a natureza, a religiosidade, a nossa humanidade.
"Demoro a aprender / que a linha reta é puro desconforto. / Sou curva, mista e quebrada, / sou humana." [pág. 10 - in "Branca de Neve"]
"A alma se desespera, / mas o corpo é humilde; / ainda que demore, / mesmo que não coma, / dorme."[pág. 19 - in "Humano"]
A vida é finita, mas é plena; é difícil, mas encontramos alívio no caminho ao clamarmos a Deus.
"Necessito pouco de tudo, / já é plena a vida..."
[pág. 89 - in "Qualquer coisa que brilhe"]
"Ao minuto de gozo do que chamamos Deus,/ fazer silêncio ainda é ruído."
[pág. 85 - in "Num jardim japonês"]
Boa leitura!
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