domingo, 20 de março de 2011

A Vida Humana

André Comte-Sponville
Martins Fontes - 104 páginas

"...ninguém vive sozinho: toda vida humana supõe outras, que a geram, que a educam, que a acompanham, que cruzam com ela, que a perturbam, que a fortificam, contra as quais se apóia ou se opõe, se define ou se busca." (pág 68)

Para você o que é a vida humana? O resultado da criação divina ou fruto do acaso?
Para o ateu Spoville, a resposta é óbvia, mas as reflexões que ele faz acerca das diversas etapas da vida, por alguns momentos, parece sair da boca de um cristão.

"Como não pensar no Antigo e no Novo Testamento? É o que há de belo nessa religião (...) que Deus tenha uma família, que ele seja tambérm filho" (pág 52)

Como bem disse meu amigo Laion Monteiro (que tem um blog lindo!), "Em alguns momentos da leitura, pensei comigo: Ou esse cara é cristão e não sabe ou eu sou ateu e ninguém me disse".

É claro que, aquilo que ele não pode explicar, como o que existia antes da vida na terra e o que nos aguarda no porvir, ele prefere deixar em aberto: "Por que existe alguma coisa ao invés de não existir nada?" 

Mas ao falar das fases da vida como nascimento ("ninguém nasce livre, torna-se livre");  infância ("...é um milagre e uma catástrofe"); adolescência ("...é um mistério e uma promessa"); morte ("não é problema, nem para os vivos, nem oara os mortos") ele esboça reflexões profundas, que nos levam a ver a maravilha que é a vida humana.

Ele exalta o prazer de viver e a coragem que é viver.


"Que tristeza seria viver apenas para não sofrer!"

Impossível discordar disso...

"É o amor que vale, já que é só por meio dele que existe valor. É o amor que faz viver, pois só ele torna a vida amável."

Pois então, meu caro amigo, há cerca de 2 mil anos Paulo já escrevia a mais bela definição de amor, conforme capítulo 13 de I Coríntios:
"Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.
O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece.
Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal;
Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade;
Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor."  (versos 1, 4-7,13)

Minha oração é para que o autor venha conhecer um dia a origem desse amor em Jesus.

Boa leitura!


5 comentários:

  1. Interessante. Essa interdependência é uma constante na vida do ser humano.

    ResponderExcluir
  2. Tem muita gente que eu convivo
    Que é cristão, e nem sabe
    E tem muitos que afirmam ser
    Com total impropriedade...

    ResponderExcluir
  3. Jesus, em Mateus 7:16 diz "Por seus frutos os conhecereis."
    O verdadeiro cristão não é o da boca prá fora, mas o que vive o Evangelho, que ama a Deus acima de tudo e ao próximo como a si mesmo; é o que faz de Cristo seu único e suficiente Senhor.

    "Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança." Gálatas 5:22

    ResponderExcluir
  4. Ana,

    Como poucos, Sponville me toca.

    Fico feliz em saber que você gostou.

    Um abraço,

    Laion

    ResponderExcluir
  5. Laion,

    Gostei muito!
    Obrigada pelo carinho,

    Ana

    ResponderExcluir