terça-feira, 2 de novembro de 2010

Leite Derramado

Chico Buarque
Companhia das Letras - 200 páginas

"...mas se com a idade a gente dá para repetir certas histórias, não é por demência senil, é porque certas histórias não param de acontecer em nós até o fim da vida." (página 184)

Imagine um senhor bem velhinho, com mais de 100 anos, debilitado numa cama de hospital, relembrando sua vida...É disso que se trata esse livro. Só que, como se trata de Chico, tudo ganha ares poéticos...até o estado de vida em que se encontra o pobre ancião.

Eulálio vem de uma família tradicional, que teve barão e senador na linhagem e, no decorrer da vida, foi perdendo tudo: sua jovem esposa Matilde, seus bens, sua casa, sua saúde...

As lembranças de Eulálio se transformam  num monólogo dirigido às enfermeiras que cuidam dele, à filha idosa e a quem quer que apareça por lá.

Ele vai e volta no tempo, intercalando passado e presente. Fala do tataravô e do tataraneto e, de repente, reclama de sua situação atual no hospital.

Matilde, a jovem esposa que o abandona após o nascimento da filha, é o tema recorrente dos bons e maus momentos da sua vida. A paixão avassaladora, o nascimento da filha, os passeios à praia, as danças da mulher, tudo ganha um tom saudosista na fala do querido personagem.

É interessante notar que tanto os pais/avós, como os netos/bisnetos herdam o nome Eulálio e, às vezes, dá até uma certa confusão em saber "quem é quem". Lembrou-me Cem Anos de Solidão, de Gabriel Garcia Marquez, que repete os nomes nos filhso/netos à exaustão!

O livro é belo, engraçado, reflexivo...uma leitura obrigatória, enfim!

2 comentários:

  1. Oi, um ótimo livro para ler, que super indicação. Obrigado. Bjos.

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    Adorei o seu blog e já votei. Espero sua visita. Para votar no meu blog, pode ir pelo blog ou então no link http://www.topblog.com.br/2010/index.php?pg=busca&c_b=23111150.
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