Valter Hugo Mae
Biblioteca Azul - 48 páginas
O meu avô sempre dizia que o melhor da vida haveria de ser ainda um mistério e que o importante era seguir procurando. Estar vivo é procurar, explicava.
Esse é um livro curtinho, com imagens lindas, que mostra as lembranças que um neto guarda de seu avô.
Com delicadeza, o autor fala de fases da vida, onde o avô instigava a curiosidade do neto e a busca por sempre questionar para aprender.
Inventar perguntas é aprender. Quem não aprende tende a não saber perguntar. (Cap 14)
O avô também o ensinou sobre a importância de se valorizar os sentimentos e o ajudou a entender o que de fato é belo no mundo:
"Ele sorriu e quis saber se não haviam de ser a amizade, o amor, a honestidade e a generosidade, o ser-se fiel, educado, o ter-se respeito por cada pessoa. Ponderou se o mais belo do mundo não seria fazer-se o que se sabe e pode para que a vida de todos seja melhor." (Cap 26)
"A beleza, compreendi, é substancialmente um atributo do pensamento, aquilo que inteligentemente aprendemos a pensar." (Cap 28)
Com a morte do avô, o neto aprendeu que "há uma felicidade para os tempos difíceis" e percebeu o grande legado que foi deixado pra ele.
"A minha infância ficaria marcada por essa impressão digna de alguém me escutar por tanto tempo, de alguém querer instigar minha curiosidade e se alegrar com a minha imaginação." (Cap 43)
Também tive o privilégio de ter um avô assim: que me ouvia, ria, brincava, lia comigo, me levava ao cinema e me aconselhava. Nunca reclamou de nada e sempre procurava resolver os problemas da vida com um sorriso no rosto.
Ao ler esse livro, lembrei muito dele e agradeci a Deus o legado que ele deixou pra mim, especialmente porque ele me ensinou sobre Jesus, sendo um autêntico cristão.
Que possamos nos espelhar nesses avôs e sermos exemplo de vida e de amor a toda criança que cresça sob nossa responsabilidade, seja filho, sobrinho, neto.
Boa leitura!
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