Luigi Pirandello (1867-1936)
Coleção Folha - 256 páginas
"Ela sempre se recusara a olhar-se por dentro, na alma. Algumas raras vezes que tentara por um instante, quase tivera medo de enlouquecer." (página 50)
Sílvia Roncella é uma jovem escritora que, no início do século XX, muda-se com o marido para Roma.
Seus escritos começam a se destacar no meio literário e, por isso, ela é convidada para um banquete, onde é apresentada a jornalistas, editores, escritores e demais celebridades do mundo das artes.
Tímida e retraída, Sílvia pouco fala de si e das suas obras. Quem faz esse papel de divulgador e agente - primeiro informal, depois, formalmente - é seu marido, Giustino Baggiolo. Sem medir esforços, nem pudores, ele negocia os textos da esposa, acompanha as apresentações das peças e tenta transformar em dinheiro o que, para ela, são apenas textos produzidos para seu prazer.
"Cada obra, nela, sempre se movera sozinha, por motivos próprios e ela não fizera mais do que obedecer docilmente e com amor essa vontade de vida, a cada seu espontâneo movimento interior." (pág.171)
O filho do casal nasce, Sílvia se recolhe no interior de Cargiore na casa da sogra e, a partir daí, tanto ela, quanto o marido percebem como os planos para o futuro de ambos estão indo para rumos diferentes e conflitantes.
Pirandello descreve cenas e personagens de um modo sutil, por vezes cômico e de uma forma que você consegue simpatizar - ou não - logo de cara com cada um.
Boa leitura!
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