Alice Munro
Companhia das Letras - 316 páginas
"Cada curva parece podar um pouco do que resta da minha vida."
(página 66 em "Amundsen")
Os contos de Alice Munro, autora canadense vencedora do Nobel de Literatura em 2013, são densos e, de certa forma, perturbadores.
Em "Que chegue ao Japão", vemos Greta com sua filha pequena em um trem rumo à Toronto, para encontrar seu amante. No percurso, porém, um imprevisto acontece e abala Greta profundamente.
Já em "Amundsen", conhecemos a jovem Vivi Hyde, que vai trabalhar como professora de crianças tuberculosas, em um hospital na remota Amundsen, e se envolve com o médico responsável. Ficam noivos e, novamente, algo acontece para quebrar a harmonia da situação.
Culpa pela morte da irmã pequena ("Cascalho"), chantagem emocional ("Corrie"), fuga da realidade ("Trem"), perdas ("Com vista para o lago", "Dolly") são assuntos duros, tratados com sensibilidade e lucidez pela autora em seus 14 contos, sendo os 4 últimos com traços autobiográficos.
Ele perguntou "Como vai?" e eu respondi "Bem". E aí acrescentei, só para garantir, "Feliz". (pág.69)
"Há uma cavidade em todo lugar, especialmente em seu peito." (pág.175)
É um livro que nos leva a refletir sobre situações banais que, de tão simples, podem transformar nossas vidas num piscar de olhos, caso alguma coisa saia dos trilhos.
Boa leitura!
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